terça-feira, 27 de julho de 2010

Série: Gente do Recôncavo

Pescaria: tarefa de viver
Por Lorena Morais


Toni Caldas
Daniel dos Santos, 27, nasceu em Maragojipe - a 133 km de Salvador -, onde aprendeu a arte de pescar, ainda pequeno, com seu pai Florisvaldo.
A cidade fica exatamente no encontro do rio Paraguaçu com o rio Guaí, formando uma extensa região de lagamar, cercada de manguezais. Uma tribo de índios Aimorés dominava a margem direita dessa área e chamavam o lugar de "Maraú-gy-pe", que significa “rio dos Mosquitos”, já que o local de mangue é habitat natural desses insetos, especialmente nas mudanças da maré¹.
Todos os dias Daniel levanta cedo e vai para o porto de Caijá (último reduto de saveiros do Recôncavo Baiano²) jogar sua rede, garantia de sustento da família. Pesca com frequência o massambê - também conhecido como sardinha - e em certas épocas o camarão. Vende seu produto nas portas de casa e quando consegue uma boa quantidade, vende também a revendedores na cidade. 
 
                                                                                                      Marília Marques
A labuta é árdua, existe todo um preparo para jogar a rede e pegar os peixes. Coisa que só pescador entende. Ele conseguiu tirar uma boa quantidade naquele dia ensolarado de uma quinta-feira de julho.
Daniel tornou-se pai há pouco tempo. Sua filhinha tem apenas quatro meses e ele disse que apesar da esposa não concordar, vai levar sua filha para pescar. Afinal, pesca não é apenas um trabalho: "É minha vida!", afirmou o pescador.

____________________

¹ ROTEIROS Ecoturísticos da Bahia. Maragojipe. Em: Baía de Todos os Santos. Salvador, A Secretaria, 200. p. 104
² Idem, p. 102

Um comentário:

reconcavo.wordpress disse...

Lorena, o seu blog fica mais bonito a cada post!

Estou gostando muito da idéia de retratar as pessoas do Recôncavo em texto e imagem. Me identifico com esse trabalho e acho que ele é importante para que a gente não perca de vista a dimensão do humano, que no fim é o que importa.

Falar em humano, aguardo ansioso a continuação do seu ensaio sobre ética jornalística. Muito bom!

abraços
Hugo

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