segunda-feira, 28 de março de 2011

Falta de segurança afeta rotina da população em Cachoeira

As rondas escolares fazem parte da ações para
inibir o tráfico nas escolas. Crédito: Mairan Rei
Uma série de assaltos durante os meses de janeiro e fevereiro deixaram a população de Cachoeira apreensiva em relação à segurança pública no município. Foram entre três a quatros assaltos a estabelecimentos comerciais  por dia, índice considerado dentro do padrão pela polícia militar, mas que foge à normalidade nas cidades do interior da Bahia.

Segundo dados do Mapa da Violência de 2011, a violência subiu 74% no Nordeste de 1998 a 2008. Esse aumento pode estar associado à melhora na coleta de dados, expansão do crime em cidades menores e aumento do consumo de drogas.

Os acontecimentos levaram vereadores, prefeito e represantes sociais a conversar diretamente com o secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, Maurício Barbosa, para que medidas de segurança fossem tomadas no município, além do pedido de afastamento da delegada Márcia Gonçalves.

Após denuncias de corrupção feitas pelo Major Domingos, comandante da 27ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em uma emissora de rádio e que repercutiram nos principais jornais do estado, A Tarde e Correio da Bahia, a delegada foi afastada do cargo e recentemente exonerada. Um novo delegado titular foi nomeado para o município esse mês, o bacharel Wagner Marinho Pinto, de matrícula nº 20.464.255-5 – que atuava na cidade de Caetité, centro sul da Bahia.

Audiências públicas

A primeira audiência pública lotou a Câmara de Vereadores
Foto: Lise Lobo
No dia 23 de fevereiro, a Acidadã – Associação Institucional de Defesa de Direitos e Garantias Constitucionais e Infra Constitucionais da Região do Recôncavo – através do presidente Pedro Erivaldo, “Cabeção”, realizou uma audiência pública sobre segurança pública na Câmara de Vereadores para discutir sobre a atuação do Conselho Comunitário de Segurança Pública.

“Convocamos a audiência em virtude dos assaltos, arrombamentos… dos crimes que estão acontecendo em Cachoeira. A função da Acidadã foi discutir segurança pública no município, e já que o conselho estava desativado, também discutir a função do conselho de segurança”, disse Cabeção.

Devido à apreensão da sociedade, a audiência atraiu mais de 250 pessoas, segundo número de assinaturas na ata de reunião. Vereadores, policiais militares, civis, intelectuais e sociedade civil estiveram presentes para apontar os problemas de segurança da cidade e sugestões de medidas a serem tomadas.

O Conselho de Segurança está desativado desde o ano de 2005. De acordo com o último relatório, sua atuação promoveu algumas mudanças, como aumento do contigente de policiais militares para o município.

A reunião resultou na adoção de novas medidas de segurança na cidade, como o aumento do policiamento através de rondas da tático móvel, blits nas principais entradas do municipio, rondas escolares com motos, abordagens, ronda a pé e na zona rural.

A segunda audiência, realizada em17/03, resultou na discussão sobre o que é o conselho e suas atribuições: “O conselho de segurança pública é uma ferramenta fundamental, pois é a comunidade que escolhe. Ele é reconhecido tanto em nível estadual quanto federal. Afinal, a polícia só consegue trabalhar com o auxílio da população”, destacou o policial militar Narcides Cazaes, em seu discurso sobre a importância do conselho.

A última reunião aconteceu na quinta-feira (24), às 19h, no prédio do Tiro de Guerra de Cachoeira. Mais detalhes em breve.

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