terça-feira, 10 de julho de 2012

Atividades voltadas para a Cultura Hip Hop são desenvolvidas em Cachoeira


A aula inaugural abordou temas gerais da cultura hip hop.
Foto: Larissa Andrade/Akofena

O Núcleo de Negros e Negras Estudantes da UFRB (NNNE) – Akofena e a comunidade do bairro do Viradouro, em Cachoeira, desenvolvem a partir deste mês de julho uma ação comunitária intitulada “Escola de Hip Hop”, que vai oferecer atividades focadas na cultura hip hop para jovens do município.

A ação tem por objetivo fortalecer essa cultura nas cidades do Recôncavo da Bahia, instrumentalizar jovens para fins educativos e construir alternativas de lazer e diversão na comunidade. A ação acontece quinzenalmente e é composta por oficinas de rap, break, dj e grafitti e de Consciência e Cidadania Negra (CCN), que segundo Edcarlos Bonfim, integrante do núcleo, “serão discutidos temas relacionados às situações vividas pela juventude da periferia”, como paternidade e maternidade na adolescência, violência doméstica e liberdade religiosa.

Podem participar jovens de 14 a 25 anos. As fichas de inscrição estão disponíveis no bar de Roque Billy, no bairro do Viradouro ou com qualquer integrante do núcleo. No último domingo, 8 de julho, aconteceu a aula inaugural e as atividades da Escola de Hip Hop começam efetivamente em 22 de julho.

Escola de Hip Hop

Para dar início às atividades da Escola de Hip Hop, promover interação entre os participantes e apresentar a proposta da ação, foi realizado no dia 8 de julho (domingo) na Fundação Hansen Bahia, localizada a Rua 13 de Maio, a aula inaugural que contou com jovens de diversas comunidades de Cachoeira, membros do núcleo, oficineiros e representantes do rap da região.

Após diálogo e apresentação, os documentários “Hip Hop: Tribos urbanas” e “Rap de Saia – O filme”, que abordam a cultura hip hop foram exibidos para os participantes.

Vitor Ravelino, 15, se inscreveu junto com outros amigos e diz que a ação vai proporcionar lazer aos seus domingos. “Eu me interessei pelo tema, é chato ficar lá no bairro sem fazer nada e vir aqui para aprender alguma coisa é muito bom”. Ele curte hip hop e ainda acrescenta “no meu celular tem várias músicas de sucesso”.

A noite, na praça do Viradouro aconteceu a Noite Cultural de Abertura, que contou com apresentação musical de grupos e cantores de rap e reggae e arte em grafitti.

Hip Hop no Recôncavo


Bart é rapper e fala que ainda falta espaço para o hip hop
no Recôncavo da Bahia. Foto: Larissa Andrade/Akofena

Bart Teixeira, integrante do grupo de rap Conceito Articulado (Muritiba), atua no rap a cerca de seis anos e fala que  o hip hop vem se difundindo a cada dia que passa e que no Recôncavo ainda não tem espaço determinado. Porém, a formação de grupos em cidades como Muritiba e Cruz das Almas ajuda a firmar a cultura na região.

Ele vai oferecer oficinas de rap e destaca o papel das oficinas na Escola de Hip Hop. “A intenção desse projeto, na minha visão, não é formar novos grupos de rap, b.boys ou grafiteiros, mas criar pessoas com consciência, criar cidadãos com visão política e humana de melhorias”, enfatiza.

Em Cachoeira, nomes como Brazza Villy e Moura Black compõe a cena hip hop na cidade. Ambos têm composições de rap que retratam a realidade local.

O hip hop surgiu em meados da década de 1970, em comunidades suburbanas dos Estados Unidos composta por jamaicanos, latinos e afro-americanos. No Brasil ganhou força em 1980, principalmente na cidade de São Paulo. Quatro pilares são essenciais para essa cultura, que é o rap, o DJing, breakdance e a escrita do grafite.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails