terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Conferências de cultura: palco de diálogos

O papel que as conferências de cultura exercem na sociedade ao permitir o diálogo com o poder público.


Por Lorena Morais

Propostas acerca da construção de políticas públicas culturais fizeram parte do cenário baiano no ano de 2009, quando foi realizado, em todo o estado, conferências municipais e territoriais de cultura.
As conferências são palcos de discussões entre a sociedade e o poder público que interagem para modificar o cenário cultural da sociedade, através da esfera municipal, estadual e nacional.
Após a realização de 368 conferências municipais, as cidades foram subdividas para formar os territórios identidades. Cachoeira faz parte do Território Identidade Recôncavo, e sediou a II Conferência Territorial de Cultura que durou dois dias. Cada território escolhe um delegado e suplente que o representará na conferência nacional, além da seleção de delegados para a III Conferência Estadual de Cultura (CEC) que foi realizada em Ilhéus – litoral sul do estado - de 26 a 29 de novembro de 2009.

Delegados dos 26 territórios identidade no palco do Centro de Convenções de Ilhéus
Foto: pontodeculturaipiau.blogspot.com


Ilhéus recebeu aproximadamente duas mil pessoas vindas dos 26 Territórios Identidade para debater questões acerca do tema da Conferência Nacional: Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento.
Utilizando as mesmas metodologias das conferências anteriores, a III CEC elaborou propostas de âmbito estadual e nacional subdividas em cinco eixos:
• EIXO 1: Produção simbólica e diversidade cultural – focou na produção de arte e bens simbólicos.
EIXO 2: Cultura, cidade e cidadania – sugeriu alternativas de discussão da cidade como espaço de produção, trocas culturais e garantia de direitos.
EIXO 3: Cultura e desenvolvimento sustentável – focalizou a cultura como importante vetor do processo de desenvolvimento.
EIXO 4: Cultura e economia criativa como estratégias de desenvolvimento.
EIXO 5: Gestão e institucionalidade da cultura – criou propostas de fortalecimento da gestão e participação social no campo da cultura.

A abertura do evento contou com a participação do governador Jaques Wagner, o ministro da Cultura Juca Ferreira e o secretário estadual de Cultura Márcio Meirelles, que em seus discursos ressaltaram a importância da abertura desses diálogos para a elaboração de políticas públicas culturais.
A Conferência Estadual abriu também espaço para a elaboração da Lei Orgânica da Cultura e fortalecimento do Sistema Estadual de Cultura.
Dentre os delegados e suplentes que representarão seus territórios na conferência nacional, Cachoeira vai levar para Brasília Orlando Pinho, suplente do Território Identidade Recôncavo, que concebeu uma breve entrevista ao blog Olhar sobre o (re)côncavo.

Blog: Em sua opinião, qual a importância das Conferências de Cultura para o estado da Bahia?
Orlando Pinho: Elas abrem a perspectiva de uma discussão ampla, nova e rica sobre as possibilidades de uma política de desenvolvimento, tomando a cultura como elemento central a todas as políticas públicas.

Blog: O senhor acredita que elas realmente podem modificar ou modificam as políticas culturais?
Orlando Pinho: O que considero fundamental nas conferências é o fato de elas abrirem um espaço de interlocução direta com a sociedade. Existe um certo dirigismo na realização das conferências, mas ao mesmo tempo um aceno para que a sociedadetome para si a responsabilidade não só de opinar, mas também de deliberar sobre os caminhos que devem tomar as políticas públicas referentes à cultura.

Orlando Pinho na Conferência Estadual de Cultura, em Ilhéus. Foto: Arquivo Pessoal


Blog: Qual sua expectativa para a II Conferência Nacional de Cultura?
Orlando Pinho: Não tenho expectativas extraordinárias. Já existe um arcabouço estruturado, uma linha de condução no documento-base da conferência que induz mais ou menos a fala, a ação das pessoas. Espero que se produzam instantes singulares de criação simbólico-socio-cultural. Torço por isso!

Blog: Como se sente fazendo parte dessa construção?
Orlando Pinho: Sou movido por puro impulso vital, não me entrego à morte, nem renuncio ao novo. Não é a salvação o que me interessa, mas a transformação. Que é individual e coletiva simultaneamente. Uns vão caminhar, outros vão ficar parados e ninguém, de repente, se salvará! Melhor seria que todos se encontrassem livre e amoravelmente na autonomia.



As propostas e sugestões das conferências realizadas na Bahia serão levadas para a II Conferência Nacional de Cultura, que acontece de 11 a 14 de março, em Brasília. Os resultados poderão ser conferidos após as resoluções estabelecidas nos debates. Esperar pra ver!


Fonte:
Site Ministério da Cultura http://blogs.cultura.gov.br/cnc/2009/11/17/bahia-realiza-iii-conferencia-estadual-de-cultura-entre-26-e-29-de-novembro/
Site Software Livre Brasil :

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