Aumento das contas de água e energia sobe mais que inflação

Em quatro anos, o valor da água será
reajustado em 33%, propõe a Embasa.
Foto: Lorena Morais

A Empresa Baiana de Água e Saneamento – EMBASA – anunciou no início desse mês um reajuste de 13,64% nas contas de água a partir de 1º de maio, ao mesmo tempo que a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia - COELBA – anuncia a possibilidade do aumento da conta em 11,96% a partir do dia 22 do mês corrente.

Ambos valores são maiores que a média anual da inflação para 2011, que gira em torno de 6,3%, segundo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA.

A medida da Embasa foi tomada através de um planejamento que pretende totalizar num reajuste de 33,3% durante os próximos quatro anos, para que a empresa possa investir em água e saneamento e, segundo ela, garantir o acesso em todo o estado.

Para  quem recebe o Bolsa Família ou tem renda de zero a cinco salários mínimos e não faz parte do programa, a porcetagem cai para 8,5%.

Opinião do consumidor

Jorlanda Miranda, 62, aposentada e moradora de Cachoeira, considerou o reajuste elevado, principalmente por não fazer parte de nenhum programa do governo. Ela paga em média R$40 por mês de água e R$80 na conta de energia e destaca que o preço está acima do aumento do salário: “Está muito caro. Com o salário não dá pra pagar nem o que a gente consome. Se for pra aumentar, que seja ao menos de acordo com o aumento do salário”, critica.

Oposição ao aumento

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa, considerando o aumento abusivo da tarifa da Embasa, enviou no último dia 6 um mandato de segurança no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) para tentar suspender o reajuste através de uma liminar.

Para o economista Leonardo Araújo, o aumento vai prejudicar o bolso do consumidor, que não obtém de um bom serviço: “Esses reajustes vão impactar diretamente no bolso do trabalhador, que na Bahia somam 4,9 milhões de usuários da Coelba e mais 2,8 milhões de clientes da Embasa, muitos desses insatisfeitos com os valores pagos devido aos problemas gerados na prestação dos serviços”, destaca.