quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Alcoolismo: quando o experimento deixa de ser uma brincadeira

O alcoolismo é perverso e traiçoeiro. Considerada a segunda doença que mais mata no planeta, o consumo do álcool causa doenças como hipertensão arterial, miocardiopatias, hepatite, cirrose, gastrite, dores musculares, diarréia, câncer de boca e de esôfago e alterações cerebrais e neurológicas e está também associada aos acidentes de trânsito. Uma das drogas mais disseminadas mundialmente, antes de levar à morte ela desmoraliza o ser humano.
Seu Valter Silva, 79, fotografo e cachoeirano afirma que “entrou no álcool” ainda jovem, mas que não chegou ao fundo do poço. Seu consumo ficou mais progressivo a partir dos 35 anos e garante que foi o convívio com os colegas de trabalho – todos mais velhos que ele – que propiciou no vício à bebida aguardente, já que na época a cerveja não era comercializada no Nordeste.
Hoje ele considera a publicidade um fator determinante para o consumo do álcool. “As pessoas estão começando a beber muito cedo”, afirma. Porém não condena as empresas que vendem produtos alcoólicos.


O reconhecimento

Caracterizada como uma doença mental (leva à loucura), reflexiva e de determinação fatal (não tem cura), o álcool serve para nos dar estímulo, encorajar, ‘quebrar’ a timidez. Atrai e força através da mente, adoece o individuo que o consome e a sua família.
Através da ajuda familiar, Seu Valter buscou ajuda no grupo Alcoólicos Anônimos de Cachoeira para se restabelecer e vencer à doença. Diz que libertar-se não foi fácil, exigiu muita força de vontade. “Foram 20 anos que parei de beber. Ainda preciso muito de ajuda, pois ela [a doença] nos envolve”, diz ele.
Relatou também que o reconhecimento do alcoolismo como doença se dá quando o individuo perde o domínio de si e o equilíbrio. Para combatê-lo, deve deixar o orgulho de lado – característico de todo alcoólatra -, pois atrapalha muito na recuperação.


Alcoólicos e Anônimos

“Alcoólicos e Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, força e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperar do alcoolismo” (The Alcoholics Anonymous Grapevine).
Considerado o ‘hospital’ e a escola de quem tem problemas com o álcool, o grupo Alcoólicos Anônimos já se estende por mais de 95 países. Através de reuniões com troca de experiências, os alcoólatras podem discutir e conscientizar-se dos efeitos da droga.
Surgida há aproximadamente 20 anos, a Fundação Nova Esperança de Alcoólicos Anônimos de Cachoeira se reúne todas as quintas e sábados das 10h ao meio-dia e conta com a presença de 12 pessoas de frequência fixa, dentre elas Seu Valter.
Ao mesmo tempo em que o individuo está se libertando do alcoolismo, o grupo tem que estar em conjunto, ajudando no auxilio ao paciente. São estabelecidos 12 passos que devem ser seguidos para quem deseja fazer parte do grupo, que muitas vezes são alcançados ou não. Seu Valter os seguiu fielmente e se diz “não curado, mas recuperado”.
As reuniões estão abertas ao público que tiver interesse em participar. O auxílio maior é dado através da freqüência à reuniões. A pessoa aprende a dominar o alcoolismo e a usar primeiro a cabeça. É através do caminhar que é ensinado a caminho certo, basta querer.

“Se você quer parar de beber, o problema é nosso. Se você quer continuar bebendo, o problema é seu.”
(Alcoólicos Anônimos)


Os A.A. fez parte e faz da recuperação e fortalecimento de seu Valter. Para isso, ele contou com o apoio de sua família e dos que estavam presentes ali. “No A.A. eu aprendi a ficar sóbrio”, conclui.


Os doze passos para os Alcoólicos e Anônimos


O grupo Alcoólicos Anônimos tem como estratégia em seu tratamento doze passos a serem seguidos pelos alcoólatras, que são os seguintes:
1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
2. Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.
12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem aos alcóolicos e praticar esses princípios em todas as nossas atividades.



“Evite o primeiro gole.”


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Fonte:
Consumo de álcool causa inúmeros malefícios à saúde:
http://www.bemparana.com.br/maximosaude/index.php/2010/01/08/consumo-de-alcool-causa-inumeros-maleficios-a-saude/
Programa de 12 passos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_12_passos

2 comentários:

Bruna disse...

adorei seu blog, vou passar aqui mais vezes, vc escreve muito bem :)

Anônimo disse...

Lorena,

Alcoolicos Anonimos como qualquer outra irmandade de 12 passos, segue a tradição do anonimato que diz: 'tudo o que é dito aqui, deve ficar aqui'. Seu Valter possivelmente deve ter se passado nessa. Fica aí o alerta, para que as pessoas que leêm seu blog e tenha vontade de procurar algum grupo de auto-ajuda, não pense que sua identidade vai ser estampada.

Um cheiro,

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