domingo, 14 de novembro de 2010

Boa Morte: lançamento reforçou importância do registro de culturas tradicionais

Crédito: Taiana Nazaré
O lançamento do livro e videodocumentário “Festa da Boa Morte” contou com a presença do Secretário de Cultura do Estado da Bahia – Secult, Márcio Meirelles. Ele foi representante do governador Jacques Wagner – que não pôde estar presente ao evento – e falou sobre a importância do registro de culturas e identidades tradicionais como a Irmandade da Boa Morte.
Márcio Meirelles caiu no samba.
Crédtio:Taiane Nazaré

“A Bahia é de uma pluralidade enorme e riqueza incrível de histórias e identidades. É preciso fomento para que essas coisas continuem de uma forma saudável, livre e independente do estado, mas necessária para a sociedade. Representa pra nós mais um passo para preservação e reconhecimento a ações e histórias que são construídas pelo povo. Não foi nenhum poder público que fez isso acontecer, foi o povo que manteve isso. A força do povo ta aqui”, disse o secretário ao Retrato do Recôncavo – quando questionado sobre a representação dos documentos para a cultura da Bahia.

A mesa de abertura foi composta também pelo diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, irmã Filhinha (Narcisa da Conceição) e o secretário de Cultura e Turismo do município, Lourival Trindade, que parabenizou a gestão da Secult e destacou a importância desse registro. “Todos ganham, inclusive o Recôncavo. É uma homenagem justa por representar resistência e fé”.

Estiveram também presentes ao local o diretor geral da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro e diretor da TVE, Póla Ribeiro – grandes parceiros na construção do livro e videodocumentário -, unidades da Secult, representantes do  IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, da Câmara de Vereadores do município, da UFRB, estudantes e sociedade civil.

Dona Dalva, irmã da Boa Morte, sorrindo, falou da satisfação em receber o vídeo e livro: “Me sinto orgulhosa em receber esse título oficializado pela Secretaria, a Irmandade merece”.

Após sessão de abertura, um cortejo de samba e manifestações culturais da cidade de São Felix seguiu com os presentes até a galeria do IPAC, onde aconteceu abertura da exposição Irmandade da Boa Morte, apresentação do samba-de-roda Suerdick e distribuição dos livros gratuitamente.

O registro histórico e documental





Irmãs comentam sobre o livro a uma das autoras, Magnair Barbosa. Crédito: Taiana Nazaré

O plano de trabalho foi elaborado por uma equipe interdisciplinar e constitui de pesquisa documental no acervo da Irmandade, levantamento bibliográfico, acompanhamento da preparação e rituais, registro de histórias de vida, registro videográfico, fotográfico e entrevistas.

A historiadora Magnair Barbosa, fez parte da pesquisa histórica e realizou entrevistas. Acompanhou o dia-a-dia e luta das irmãs da Boa Morte principalmente fora da época dos festejos. Ela disse que se sentiu presenteada por fazer parte dessa publicação: “Eu tive o privilégio de me encontrar com essas irmãs, símbolo de resistência não só no passado, mas acho que elas continuam representando, seja na forma de batalhar no seu cotidiano, no engajamento político – porque a irmandade também tem uma postura política na sociedade – que eu vejo como a superação da mulher negra na Bahia e no Brasil. Eu me sinto realizada e agradecida por ter participado junto com elas”.


Matéria relacionada: Irmandade da Boa Morte será homenageada com lançamento de livro e videodocumentário

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